Marido de Marina Silva em escândalo de desvio de verba
Ao lado da ex-senadora, Fábio Vaz de Lima reuniu-se
com o procurador-geral da República, em Brasília, para pedir apuração de
denúncias contra o casal
Gabriel Castro
O marido
da ex-senadora Marina Silva, Fábio
Vaz de Lima, negou nesta segunda-feira ter participado de um esquema de
desvios de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam)
no Maranhão. Ele aparece como um dos
réus em um processo da Justiça Federal que apura o sumiço de 44 milhões de
reais, liberados pela superintendência para financiar um empreendimento que
nunca saiu do papel.
Fábio diz que seu nome consta no processo por um engano. Ele alega que estava
na reunião do conselho da Sudam que aprovou a concessão do financiamento para a
obra. Mas argumenta que não era nem mesmo integrante da comissão – na época,
Fábio era assessor do governo do Acre e teria participado da audiência apenas
como observador.
O processo, aberto em 2001, investiga o destino dos recursos que deveriam ser
aplicados na construção de uma fábrica de autopeças, mas não foram usados na
obra. A atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o marido dela,
Jorge Murad, também estariam envolvidos no esquema. “Eu não era titular
do conselho que votou, eu acredito que o Ministério vai poder esclarecer todos
esses fatos”, afirmou Fábio Vaz de Lima, ao lado de Marina, ao deixar um
encontro com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em Brasília.
Fábio Vaz de Lima afirmou ainda que já estava desligado do Grupo de Trabalho
Amazônico (GTA) em 2004, quando uma ONG filiada à entidade recebeu uma doação
de mogno do Ibama, numa transação que, segundo o Tribunal de Contas da União
(TCU), teve várias irregularidades. O caso foi citado no plenário da Câmara dos
Deputados na semana passada, quando Aldo Rebelo (PC do B-SP), acusou o marido
de Marina Silva de envolvimento com o contrabando de madeira.
Investigação - A ex-senadora Marina Silva entregou
na noite desta segunda-feira a Roberto Gurgel um pedido de investigação sobre
ela e sobre o marido. A atitude de Marina ocorre depois que denúncias contra
Fábio terem ressurgido, na reta final da votação do Código Florestal na Câmara
dos Deputados.
“Diante da grande quantidade de matérias jornalísticas referindo-se a denúncias
que são caluniosas a respeito da minha gestão no Ministério do Meio Ambiente e
do suposto envolvimento do meu marido nessas denúncias, nós decidimos vir ao
Ministério Público para que sejam investigadas as denúncias que foram feitas
pelo deputado Aldo Rebelo”, disse Marina.
A ex-senadora disse ainda que não descarta processar Aldo Rebelo pelas
declarações. “Não posso deixar a minha gestão, a minha honra e a do meu marido
à mercê de calúnias, de quem faz difamações de forma leviana e injusta”,
afirmou.
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