Estado de Minas
O Ministério Público (MP) de Goiás determinou nesta quarta-feira o
afastamento do ex-senador Demóstenes Torres (GO) da função de procurador
estadual que ele voltou a exercer desde que teve o mandato de senador
cassado, há três meses. A medida, imposta pelo corregedor-geral Aylton
Flávio Vechi, decorre da abertura de processo administrativo
disciplinar, instaurado para apurar “violação de deveres funcionais” em
razão do envolvimento do ex-senador com o esquema investigado pela
Operação Monte Carlo e comandado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O
processo, que correrá em caráter sigiloso, pode resultar em punições
que vão da advertência à demissão do cargo. Nesse caso, Demóstenes será
aposentado compulsoriamente e ainda pode sofrer ação posterior para
perda da aposentadoria. Para o advogado Antônio Carlos de Almeida
Castro, o Kakay, o afastamento é um ato indevido e com viés político,
mas ele ressalvou que não é mais defensor do ex-senador desde que ele
retornou ao MP goiano.
Flagrado em escutas telefônicas comprometedoras e acusado de pôr o
mandato a serviço da organização comandada por Cachoeira, Demóstenes foi
cassado em 11 de julho por quebra de decoro. No dia seguinte, ele
reassumiu o cargo de procurador em Goiás, do qual estava afastado há 13
anos. Desde então, tem enfrentado a rejeição dos colegas. A
Corregedoria-Geral instaurou a seguir a primeira reclamação disciplinar
para coletar “elementos de prova” e apurar “eventual infringência do
dever funcional”, necessários à abertura do processo.
A Corregedoria trouxe para análise os autos do processo de cassação
que tramitou no Senado e da ação penal que corre na Justiça Federal
contra o esquema de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e
exploração de jogos ilegais, comandado por Cachoeira. “Tal apreciação
revelou a necessidade de instauração de processo administrativo
disciplinar”, anotou o corregedor-geral. O afastamento de Demóstenes se
dará enquanto durar o julgamento.
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